Moro num recanto Que é um encanto Quem vê eu garanto Que se admira É quase infinito Onde a gente habita Rancho palafita Amarrado de embira De lenha um fogão Que é tradição Aqui no sertão Onde ar puro respira Ao bater do monjolo Feliz cantarolo Ouvindo o solo Da viola caipira Eu sou mambira E gosto de traíra Tomar cambuquira E o meu pão caseiro Do milho o curau Pamonha com sal Cuscuz natural E o arroz carreteiro Guisado de galinha Torresmo e farinha Com uma pimentinha Que tem no terreiro Bolo de fubá Bijú com taiá Palmito e cará E aipim curriqueiro Tem um rádio de pilha Que me compartilha O artista que trilha Cantando a pureza Luz de lamparina E da Lua menina A filha divina Da mãe natureza De manhã o Sol Nasce no arrebol Galo no paiol Canta em nossa nobreza O mugir do bezerro E do gado leiteiro Me deixa faceiro E feliz com certeza Depois do serviço Pescar de caniço É o meu compromisso Na realidade Com meus companheiros Caçamos os mateiros Mas pro mês inteiro Só uma unidade Gosto de catira Porque me inspira Não contar mentira E nem ter falsidade No recanto meu Aqui sou mais eu E tenho de Deus Toda a felicidade