Seu moço Sente aqui do meu lado Vou contar o meu passado E falar de um grande amor Não me censure Por me ver assim jogado Quase sempre embriagado Afogando a minha dor Eu sou caboclo Sou caipira, sou pacato Vim da roça, vim do mato Sonhando em ser doutor E ser feliz aqui na grande cidade Mas te digo com sinceridade Que a minha felicidade Eu deixei no interior Mas muito tempo Mas eu ainda me lembro Seu moço, era setembro De algum ano qualquer Enchi a mala De sonho e de humildade E vim pra grande cidade Junto com minha mulher Se eu soubesse Tudo o que sei agora Não teria vindo embora Da paz do interior Venci na vida Mas lhe digo com certeza Que toda a minha riqueza Não vale a minha dor Eu era jovem Na cabeça tantos planos Através dos longos anos Conquistei meu ideal Meu caro amigo Veja só que ironia Fui notando que Maria Já não me amava igual Fui me atirando Na bebida pouco a pouco Como alguém que leva um soco E não se levanta mais Olha seu moço Até que ela um certo dia Deixou de ser minha Maria Pra ser Maria do cais Meu caro amigo Enquanto eu trabalhei duro Pra garantir no futuro Ela esqueceu de mim Eu dei pra ela Uma vida de rainha Mas ela não quis ser minha Preferiu viver assim Olha seu moço Essa é a minha história De que vale a vitória Que eu construí aqui Tudo que fiz É por Maria, minha amada Riqueza não vale nada Se a Maria eu perdi