Com apenas quinze anos eu deixei meus velhos pais Querendo ser boiadeiro parti sem olhar pra trás Minha mãe ficou chorando num ranchinho lá em Goiás Pedindo a Deus que me olhassem com seus olhos divinais! Me ajustei com um boiadeiro, cinco anos trabalhei E quando fiz vinte anos pra rever meus pais voltei Eles tinham, se mudado do lugar onde eu deixei E da nova residência nem notícias encontrei! Prosseguia lida de gado e com vinte cinco anos Tocando grande boiada eu cruzava o chão goiano Num lugar de estrada curta meu gado foi estourando E na frente uma pessoa a pé ia caminhando Pra salvar aquele andante dos cascos dos pantaneiros Gritei que se encostasse no barranco bem ligeiro Porém não adiantou - foi seu dia derradeiro Nessa hora do meu rosto duas lágrimas correram Quando a boiada passou, dei um grito de aflição Ao ver que era minha mãe, o andante do estradão Já na última agonia me deu mais uma benção Vi morrer sobre meus braços minha mãe do coração!