Ela gira a porta e sai Pra nunca mais Deixa as fotos Um pouco da história Vai ficando pra trás À fuga de si De um outro eu Pra um novo seu O cadarço sujo Que arrasta pelo asfalto O salto cujo impulso não pode evitar A lama da poça é brincadeira Colorindo por todo lugar Ela gira torta e cai Pra sempre vai No rumo da venta Não seguindo os planos De outros tais Ela é um outro ser Pra todos e quem puder ver Anda com as suas próprias pernas pelo mundo Um passo no escuro Ela já pode sustentar Vai ladeira acima E abaixo avista o mar Os traços dividem o chão E ela insiste em seguir O caminho lhe parece lógico Mas não faz sentido, não É loucura em si Não quer fugir Só quer desaparecer Mesmo que não para sempre E diz: não sei, sei lá Não sabe quando No entanto sabe que um dia vai voltar Não quer fugir Só quer liberdade ter Mesmo que não para sempre E diz: não sei, sei lá Talvez seja tempo em vão Pois ela sabe que um dia vai voltar