Tom: C "Chegou linda a primavera Cavalhada pelechando Os cordeiros retoçando É dia de marcação Serviço que é tradição Destes pagos da fronteira E a nossa gente campeira Firma a tempera no braço Pealando de todo o laço Pela a praia da mangueira Os campeiros desiscilham Na sombra das caneleiras" B7 Os ovelheiros ficam cuidando os arreios Em Um guaxo pampa quer lamber as barrigueiras Am Voam mutucas, pateiam pingos atados C B7 Em E um cardeal canta no alto das taquareiras B7 Nuvens de poeira se levantam céu adentro Em Nascem do centro do chão duro da mangueira Am Costeiam vacas berrando pelos terneiros C B7 Em E um joão barreiro proseia co'a companheira B7 Tinem arames, terneirada mal costeada Em E a gauchada tira as botas, se arremanga F#7 Canha e pitanga são remédios numa guampa B7 Em Essência pampa, gosto de mato e de sanga B7 Bota lhe fogo nessas marca gratulino Em Porque o silvino bololó ta de a cavalo B7 O mano vaz estira o laço num moerão Em Chega o borbinha prá dar um trago no gargalo B7 O seu pituca espeta a carne pra'o assado Em O cipriano peala, capa e assinala B7 Homens maduros sentados sobre os arreios C B7 Em E nesse meio o mate acompanha a fala "Dono da casa seu Venâncio arrisca um pealo Bem de a cavalo, o Bololó livra o tirão Gritos de: -aperta, venha a marca, ta pealado Tem ovo assado no brasedo do fogão -Lindo pealo, gritam todos Aperta que é do patrão! Don Venâncio simbra o laço Por sobre os calos da mão -Pago o pealo- grita um, sovéu armado, Bem reboleado, zunindo a armada no ar -Deixa que saia olhando pro campo aberto Que o tombo é certo quando o sovéu terminar -Vira pr'a fica do lado! Fala um que leva a marca -Quebra a cola seu Foroso Que o seu Juca corre a tarca! -Esse é pra touro, não capa! Ordena, firme, o patrão -Capricha no sentá a marca, Palmo acima do garrão." B7 Que gente buena destes pagos de mi flor Em No tirador, capincho em couro sovado Am No lenço atado, bandeira pampa que esvoa C B7 Em Quando encordoa um terneiro pra um bolcado B7 O luiz bacia pede cancha, armando o laço Em E para o braço num tiro, longe, de atrás Am Pealo de mestre quando a trança se termina C B7 Em E o tombo é sina que a natureza desfaz B7 O diamantino raça de índio pampeano Em Um soberano mesmo sem nada na vida F#7 Tropeiro andejo, obediente e servidor B7 Em Do corredor, fez casa, rumo e partida B7 Eu fui guri que aprendeu a cucharrear Em E derrubar na saída da porteira B7 Fui mandalete de alcançar marca e serrote Em Carneá um munício e desmancha pras cuzinheira B7 Fui guitarreiro e toquei gaita nos galpões Em E nos fogões alegrando a gauchada B7 Andei por tudo pealando quando cresci C B7 Em "dês que" saí dos pagos da encruzilhada "Me fiz homem nesse tempo De aperta, marca, assinala É por isso que essas coisas Renascem em nossa fala."