Com permisso ou sem permisso Por milonga, apeio e canto! Renasci de um campo santo "alumbrado por fogones" E de "gauchos cimarrones" Também trago a rebeldia, Na sincera melodia Devo ser um guarany Que canta e que sente em si: Alma, campo e nostalgia Se a verdade galopeia Noite adentro, alma afora Feito umbu, que hoje escora A linguagem dos "fogones" "son los gauchos cimarrones" Que irmanaram rebeldia Na sincera melodia Que teimo em cantar aqui, É porque "gaucho" nasci: Alma, campo e nostalgia Choro o triste do meu povo Massacrado tempo adentro E busco a força dos ventos Fechando os olhos pra o mundo... Meu verso - pampa fecundo – Também vem do campo santo E fez um dia meu pranto Renascer cá na cidade, Onde um cantor de verdade Parou pra ouvir o que canto... Era o sabiá andarilho Do céu de todos os meus, Do céu pintado por deus Para o olhar de quem sente Sabiá de canto dolente Pousou pra ouvir o que tenho E sentiu porque mantenho As precisões de cantar, Não me peçam pra parar Quem não sabe de onde venho! Há, na verdade do homem O olhar de quem o criou... E pra quem nunca escutou A singeleza dos ventos Nenhum sabiá – céu adentro Deve entender "yo no creo"! Bueno! componho os arreio, Por milonga, me despeço E quem não sabe o que peço Vá descobrir da onde veio!