Se acaso brotam milongas No sono da madrugada É porque ando na estrada No mesmo rumo dos ventos E busco meus pensamentos Parando a lua no rosto Mesmo destino dos outros Dos que semeiam tropilhas Sobre o altar das coxilhas Onde reinavam os potros Na forma um lote de sonhos Crioulos qual a paisagem Vão desfraldando a pelagem Para um dia que virá Boleadeira e chiripá Indiada voltando aos campos Na certeza que estes cantos Correntezas de poesia Tragam de novo alegria Pro olhar dos pirilampos Eu queria estar presente Num ritual dos guaranis Ser um rondo taquapi Confraria noutras eras Ser quem sabe a primavera Exaltadas nos tribais Renascer nos banhadais Na mais primitiva flor Ou quem sabe um rastreador Sobre o trono dos baguais Banhar-me de rio e sanga Pelo olhar das pitangueiras Horizontes por fronteira Que a alma grande ultrapassa Pai Tupã, traz minha raça Os guenoas, os minuanos E os charruas soberanos Muito antes dos jesuítas Quando a paz era bendita Sobre o solo dos pampeanos A estrela d'álva ilumina Estes que ousam cruzar E eu que viciei andejar Porque me sobram motivos Busco meu santo nativo Na reza eterna dos basto Quando um bagual beija o pasto Pateando espora e estribo