Contra um fundo de invernada Mais... muito mais que solito Se agarra um rancho posteiro Adonde acaba o infinito. Morada e pouso de tropa Légua e mais légua do povo Não é antigo nem novo Que o tempo ali não lhe toca. Rancho sonoro de ventos Arvoredos e cigarras Bate compassos tão lentos Quando a tardinha lhe agarra E o seu morador, posteiro Nessa bruta imensidão Se transforma em guitarreiro De duo com a solidão. Estribilho Pra quem toca este homem? A modo de anunciação Quando pulsa sua guitarra De duo com a solidão. Cantará para o ponteiro? Anunciando a comitiva Na encerra do saladeiro Canta pra tropa ainda viva. Quem sabe para os chibeiros Que entoam sem palavrear Sussurando contra o vento Cantam pra dentro ao cruzar. Ou canta pro peão campeiro Longe... parando rodeio Para o rangido do arreio Companhia del nochero. Cantará ao alambrador Socando terra e moirão Pra aquele que lavra a boi Ouvindo o rasgar do chão. Estribilho Pra quem canta esse homem? A modo de anunciação Quando pulsa sua guitarra De duo com a solidão. Sozinho, canta pra si. São todos pedaços seus Canta pra sentir quem é Nestes fundões de meu Deus.