Larguei meus cavalos n'água No passo das corticeiras Levantou mareta grande De beijar nas barranqueiras. Levou a flor colorada Que olhava o espelho d'água E encheu de barro e de mágoa Os lençois das lavadeiras. No extrato dos guabijus Picada e boca de mato E segurou pelo pala O espinho da unha de gato. O fio que ficou no espinho É seda e não apodrece Rosário rezando a prece Pra o filho que sai sozinho. "Velha porteira de arame Divisora de invernadas No dia em que eu fui embora Tinha tranca mais pesada Trama e arame no chão Sentiu das "pata" a gateada E eu quase dou caravolta No golpe desta sentada". E assim mesmo eu fui embora Buscando tudo no nada Ganhei um pala cerzido E uma basteira furada. Ganhei este canto antigo Minha herança e minha crença Tanto andei sobre os estribos E tão perto eu te achei. Querência, querência!