A lua vem brilhando cor de prata Pra iluminar a Lapa Dos sambistas e seresteiros Que ao trocarem a noite pelo dia Divulgavam as melodias Do nosso cancioneiro Quem não conhece esse recanto De beleza e de encantos A boemia é seu costume principal Lapa, dos malandros e artistas Das mundanas que conquistam Dos famosos cabarés Vinham rufiões e cafetinas Disputar em cada esquina o comércio dos bordéis Navalha no bolso e chapéu de Panamá (bis) Lá vai o malandro o baralho cartear João Francisco dos Santos Abandonou a sua terra natal Fez da sedutora Lapa O seu mundo ideal Vagando pelas ruas encontrou Catita Rainha das casas de tolerância Que acoitou o menino Dando proteção e confiança Cresceu no meio da malandragem Alimentando o sonho de artista E nos anos 20 foi lançado no teatro de revista E no República, brilha João fantasiado de morcego Ganhou o vulgo de Madame Satã Pela polícia que roubou o seu sossego Satã é mais um anjo que o inferno acolheu (bis) A Lapa é um mundo que jamais ele esqueceu