Barganha-se, compra-se, vende-se Aqui não tem nada de graça não Barganha-se, compra-se, vende-se Ninguém dá conta desse mercadão Barganha-se, compra-se, vende-se De pai pra filho de irmão pra irmão Barganha-se, compra-se, vende-se Ninguém dá conta desse mundo mercadão Um carro, um cigarro Um acordo, um acaso Um sarro, um gesto Um resto de comida Um bicho, uma planta Uma imagem de santa Um dente, Tem gente comprando vida Barganha-se, compra-se, vende-se Aqui não tem nada de graça não Barganha-se, compra-se, vende-se Sushi Brazuca e samba do Japão Barganha-se, compra-se, vende-se Melhor se for modelo exportação Barganha-se, compra-se, vende-se Casa de câmbio em terra de leilão Um conto, um desconto Um troco de bala Juquinha Um livro, um remédio Um Cd do Gonzaguinha Uma vaga na escola E outra no presídio Um desenho de guerra Num plano de suicídio Barganha-se, compra-se, vende-se Aqui não tem nada de graça não Barganha-se, compra-se, vende-se Ninguém dá conta desse mercadão Do mundo real Fatos e fotos Soltos nessa imensidão Somos nós Produtos e paradoxos Objetos em liquidação Não, do mundo real Apenas fatos e fotos Soltos nessa imensidão Somos nós Espécie de devotos Dessa estranha religião Barganha-se, compra-se, vende-se Aqui não tem nada de graça não Barganha-se, compra-se, vende-se Melhor se for modelo exportação Barganha-se, compra-se, vende-se De pai pra filho de irmão pra irmão Barganha-se, compra-se, vende-se Ninguém dá conta desse mundo mercadão Tá na mão, tá na mão, só paga um e leva dois Depois o resto a gente acerta, sê ta na reta, não me aperta Desde que o mundo é mundo o mercadão resiste Não é alegre nem triste, é só o mundo real que aqui insiste Aqui só paga um, paga um, paga um e leva dois, leva dois Aqui só paga um, paga um, paga um e leva dois, leva dois