O pingo ta encilhado lá na frente do galpão Eu já me encontro pilchado tironeando a solidão É sexta-feira de novo de novo pego a estrada Sigo no rumo do povo pra encontrar a prenda amada Ostento a estampa xucra costeando a beira do rio E uma copita gaúcha vou solando no assobio Levo a alma encilhada de paixão e esperança Pra rever a namorada que não me sai da lembrança Meu pala é um par de asas no lusco-fusco da tarde E o peito um fogão em brasas pela saudade que arde Pois quem campeia carinho pra espantar o abandono Refaz o mesmo caminho nas noites brandas de outono Enquanto o oveiro chita vai pateando no capim Uma inquietude infinita se aloja junto de mim Repasso a vida que aderno no rancho quase tapera Nas tardes frias de inverno abraçando quem me espera Então me bate uma ânsia de apanhar aquela flor Pra não mais sorver distancias andejando corredor E assim vivermos felizes no rancho lá no campestre Coloreado de matizes do amor que o tempo floresce