Eu sempre sei quando vejo Que cruzando a linha do desejo A paixão vai me enganar Sussurrando em meu ouvido que chegou o eterno lar O amor que esperava, e na sequência me matar Eu sempre sei o que acontece, e finjo não acreditar No jogo antigo repetido, do eu amante iludido Do eu perdido e sofrido, implorando pra ficar Um alguém que nunca esteve Esse ser que nem existe Que eu acordo na intenção de sufocar Quase sempre o mesmo erro Desperto, faço, aconteço Brigo, grito e despejo Repetindo diferente O mesmo velho cortejo O mesmo velho beijo Mas você nunca vai saber Que é só peça do meu jogo de sofrer Vai achar que encontrou ao me ver O amor que tanto esperava Você homem, mulher, trans prazer Vai achar que me enxotou Quando um louco carente expulsou Pois sufoquei você sabendo Que não há o que resista Ao explosivo humor de artista Que sabe que o tédio do tempo faz parte da lista