Desperta, rainha n'zinga, matamba Nas folhas de um sonho a minha lembrança Negra era a noite nessa imensidão Cruzei o mar da ilusão Africanizei o meu destino Aportei no cais e conheci a dor Ao som dos tambores, festejos, louvores Ôôôô Reluz a riqueza, cortejo de luz O brilho do olhar conduz O vento alastra, acende a chama na candeia Vai trovejar, tem lua cheia Pembelê, matamba, ela é oiá Ilu ayê, oiá Óh mãe guardiã, senhora do fogo Trouxe esperança ao nosso povo! Segui por caminhos que não temia Ouvi o som da floresta ao entardecer Um suntuoso palácio, onde reinava o axé Eu de joelhos lhe peço perdão Corre em seu rosto um pranto de amor Negra mulher, é ela D'bantu ou da favela Canta Engenho da Rainha Meu fio de contas, meu kelê O vento que sopra e limpa avenida É de ginga, é de angola, ê!