É meia noite toca o sino da igreja cristã, O show já começou, e vai até de manhã, A vida, pensamentos violados, a chacina da pele negra, índia, A dor carnificina, sangue correu pelo mapa da mina, Ossos expostos, sujeiras,facas, pavios, armadilhas, Torturas, gritos em silêncio, lagrimas, Estupro, sangue escorrendo, esquartejamento, a mutilação, dominação, humilhação, prisão, cativeiro, Navio negreiro, o sofrimento nos porões, terra, solo brasileiro, A contaminação, a pele marcada a chibatada, ferro, fogo, a carne viva infeccionada, Saudades , famílias, amigos que ficaram do outro lado da água, O ódio, a vingança, interrogação, esperança, não ao perdão, o gira mundo, corrente, cadeado amaldiçoado, Sentença, paixão sem amor, com rancor, ignorante superstição, Aprisionaram a cultura, estudo, religião, passado, presente,futuro, até o nome, Homem irracional, sobreviver nessa selva de pedra, também tem que ser animal... Dezoito horas, chuva, frio, sol e lua, trabalhos forçados, mal alimentados, capitão do mato é o terror, Capitalismo é assim, negro, índio, nordestino, pra sociedade não tem valor, não tem valor... O orgulho, ambição, a terra, traição, a freguesia, hipocrisia, a casa grande, senzala, engenhos, carta de alforria, livros sem flores, pagãos sem malicia da vida, Miss lady branca, rica, vadia, vestido de seda, veludo, charuto bruto, cordão de ouro, a guarnição, a farda vermelha esconde o sangue derramado por todos os lados, O leão, o cordeiro e a serpente, será que vão deitar juntos um dia?, O espírito não é branco, a morte não é negra, guerreiro que é guerreiro tenta aprender com o sofrimento, Neste mundo o pagamento pelo bem as vezes é o mal, vários guerreiros morreram, outros estão nascendo, de família pra família assim é soberania, Os quilombos e ocas permanecem na ativa... Viva o negro...viva, viva o índio...viva, viva o nordestino...viva, viva a favela...viva, viva a periferia, periferia...