No andar de baixo não há nome só a fome implacável que destrói um lar No andar de baixo não há meio de transporte e o que se sofre é pra poder chegar No andar de baixo não há leitos no hospital Todos os doentes estão pelo corredor No andar de baixo alegria é irreal No andar de baixo o sorriso esconde a dor No andar de baixo não há postos de trabalho em quantidade pra quem precisar No andar de baixo as pessoas comem menos do que era de se esperar No andar de baixo, enfim, gravado na dor há um traço de mim Viés da minha omissão, de quando deixei de estender a mão Como posso querer que tudo fique em paz se eu não me disponho a ajudar? Como posso dizer vai ficar tudo bem se eu não faço nada pra ajudar ninguém? No andar de baixo não há vagas nas escolas pra um povo que mal sabe ler No andar de baixo as notícias são montadas pra que não se possa entender No andar de baixo ninguém olha por ninguém Quem os representa não demonstra compaixão No andar de baixo o egoísmo se mantém No andar de baixo alegria vai ao chão No andar de baixo não há água que aplaque a sede enorme em dias de calor No andar de baixo não há casa, não há teto que abrigue o trabalhador No andar de baixo, enfim, cravado na dor há um traço de mim Viés da minha omissão, de quando deixei de estender a mão Como posso querer que tudo fique em paz se eu não me disponho a ajudar? Como posso dizer vai ficar tudo bem se eu não faço nada pra ajudar ninguém? No andar de baixo não há nome só a fome implacável que destrói um lar