Há dias em que pegas nas estrelas E as sentas no teu colo, a brilhar Contas-me as histórias, contas-me as memórias E falas das estrelas devagar Há dias em que pegas nos planetas E os pões na tua mão, a girar Falas-me do mundo, de gente que, no fundo Só queria ter o mundo para brincar E no meio das histórias Entre o Sol e as memórias Nós paramos no tempo a conversar Nós paramos no tempo a conversar Há dias em que pegas nos teus livros e mos lês Como se fossem uma canção Lês-me o universo, escrito a negro, num verso Escrito a negro, na palma da tua mão Há dias em que pegas no tempo E o guardas nos confins da tua mente E ele acelera, sem sabermos, vai contra os nossos termos Ao termo-lo parado, de repente E no meio das histórias Entre o Sol e as memórias Nós paramos no tempo a conversar Nós paramos no tempo a conversar Há uma secretária onde te sentas A ler sobre o longínquo e o profundo Atrás de uma janela de luz branca Ao lado daquela moldura mansa Quando te sentares nesse teu refúgio A tentar saber porque é que a vida corre Lembra-te das estrelas e do mundo De quando o tempo para e o relógio morre De quando o tempo para e o relógio morre