Tiro a queima roupa Mano, eu tiro a touca Quero um momento só pra respirar Minha voz tá rouca, minha mina louca Me pedindo um tempo, eu quero pensar Um pandemônio nessa pandemia Mano, eu não sabia que isso ia piorar Queimo alguns neurônios nessa noite fria É que eu já previa que não ia durar Tipo, o que eu fazia enquanto tudo ia pra um buraco tão profundo e sombrio? Minha maestria é que eu mesmo ria da minha desgraça Mano, tu não viu? Minha euforia ou melancolia São só poesias de alma senil E o que tu faria ou então pensaria se morrer fosse um desafio? Eu não penso em parar Mas se for procurar acho motivos Conceito de família mudou pra mim, é que hoje é tudo dividido Mundo estranho, qualquer p* hoje tem viés Nunca achei que ia dizer: Mas que saudade de 2010! Tô enlouquecendo Crivo me aquecendo ou então me esquecendo de viver, normal É um mundo horrendo Cara nem tô vendo a TV nem lendo porra de jornal É gente morrendo, o estado mentindo Outros elegendo, tudo sempre igual Faço um adendo e se tu tá entendendo Mano, eu tô só sendo um pouco racional Com a raiva crescendo, dia amanhecendo Tô aqui bebendo e falando mau Até do EB eu lembro, guarda obedecendo com 18 anos e um para-fal Tô sobrevivendo, queria tá vivendo Mas nem eu tô crendo nesse bom final 2020 é só um teste teste pra sanidade mental Eu não penso em parar Mas se for procurar acho motivos Conceito de família mudou pra mim, é que hoje é tudo dividido Mundo estranho, qualquer p* hoje tem viés Nunca achei que ia dizer: Mas que saudade de 2010!