Estamos sempre entre a vida e a morte Esperando para continuar E no final, nós aceitamos Fazemos as pazes com o diabo e seguimos em frente Aqui a morte me persegue, eu me sinto em foco Nas letras apaguei memórias e rasguei as fotos Expus meu sangue e entranhas Na porra de um bloco de notas que geram mais notas Foi trampo, não loto Críticas não me importam, eu sei bem quem eu sou Mas os sinais que vejo nessa porra é mau presságio Ainda bem que ser introspectivo me blindou da sociedade A maioria aqui tem ego frágil Eu tô mais velho e mais ligeiro, o crivo deixou rouco Me vejo mais perto dos 30 do que dos 18 Não é igual antes que eu me satisfazia com coito Mulheres, carros drogas e brigas Quase acabei morto Isso é linha de soco, cova e pá de cal Vivi aos 17 como se fosse imortal Inconsequente nessa porra, as vezes imoral Mas que se foda, meus erros me tornam real Esse mundo é tão cinza Essa noite nevou brasas Sei que não é hora ainda Mas sinto falta da minha casa O tempo passa cada vez mais lento e eu me sinto tão só Vendo a vida ir embora, momentos virando memórias O tempo passa cada vez mais lento e eu me sinto tão só Vendo a vida ir embora, pessoas virando memórias Meu corpo rabiscado expõe essa dualidade Sorte que o meu rosto esconde, eu odeio a saudade Sei que homens como eu tem dias contados Esse lifestyle sempre é modo kamikaze Me sinto um fraco as vezes, isso é inegável Preciso ser inabalável então não demonstro Meu coração é lago ness, visualmente estável Mas não mergulhe, no fundo eu carrego um monstro Mano, olha meu rosto As cicatrizes que eu trago são das várias lições que eu aprendi Vivendo entre o inferno e o céu, só vivo o momento Muito mais que música, essa porra é um testamento Entre o sonho e pesadelo outro gole de gin Olha de onde eu vim, os lugares que ando Quer saber porque não acham outro que rima assim? Eu não escrevo nessa porra, eu sangro