A beira de um colapso, me sinto fraco é fato que As merdas que eu falei se voltaram contra mim E eu escrevi do pôr do sol até o nascer do sol Me vi prisioneiro das palavras, minto em prol De manter a máscara, a cara que eu criei pra todos ver Como auto-proteção, mandando todos se foder Sim, eu fui cuzão, afoguei todos na ilusão Foda-se. O seu herói é feito de papelão, porra! Eu finjo bem né, vocês também né Mas na real todo mundo aqui tá perdido Fodido, tentando se encaixar em algum lugar Em alguma fita, alguma merda para se auto afirmar Crença? Religião? Presença que eu não sinto Minto, falho uma pá de vez e admito: fui só eu Não me escondo, e quando falo que não sinto eles apontam Que não me esforcei, me rotulam como ateu Direita, esquerda, ideologia que esses merdas criam Para tentar sentir que fazem parte de um grupo Estupro da inocência, robotizando a infância Criança com carência, adulto com muita ganancia E todo mundo finge que sabe as respostas Mas não, só reproduzem a cópia, da cópia da bosta Faculdade, universidade, status, estudos Mundo em que felicidade se resume a um canudo Não, não, a gente é fraco e não aguenta a própria carga Somos um monte de bosta descendo pela descarga Vocês se agarram em coisas, seres, crenças, contos Enquanto só aceitei que estamos indo para o esgoto E é assim, vocês sabem bem, não adianta fingir não Respostas porra nenhuma, até quem tem fé está perdido Colapso na mente, só sinta isso então Sai lá fora, finge que a vida faz sentido