Lonqueei a luz das estrelas, tanqueira do firmamento Com o fio melhor do meu canto emparelhei quatro tentos Com a argola da Lua cheia e a ilhapa das Três Marias (Andei sovando o meu laço no trato das melodias) Com a linda Estrela Boieira fiz o botão da presilha E fui trançando o meu laço, rodilha após redondilha E uma estrela ia caindo, com meu canto eu fui laçar (Sem querer rasguei a armada do tamanho do luar) (Doze braças tem meu canto, quatro tentos de emoção Só ilhapa eu dou de inhapa pra o guasqueiro coração) Meu canto, trança de estrelas e argola feita de prata É o laço que a rima pobre remalha perto da ilhapa Com meu verso enluarado pelas plagas do infinito (Quis laçar os quatro ventos com as rodilhas do meu grito) Quando então atiro o laço dessas rimas galponeiras Elas vão na noite bamba se brandeando com as estrelas Lá se vão cheias de abismo, rasgando a armada do espaço (Que eu não puxo porque a Lua fica no seio do laço)