Sou derradeira flor, A derradeira irmã, O derradeiro amor Que ocorre na manhã. E peço, por favor, E vivo neste afã De alimentar o rancor Que ocorrerá amanhã. O derradeiro ator, O fio do fim do clã. Por que é Que o amor não foi perfeito? Se o alimentei no meu peito, Se o abriguei no meu leito Se o guardei com tal jeito. Sou a primeira ilha, A primeira refém, A primeira escotilha A naufragar no seu bem. Sou sua primeira filha, Muito mais do que um alguém Que montou a armadilha E caiu do próprio trem. A primeira trilha Que vai de mim ao meu além. Por que é Que o amor não toma jeito? Já nem mais o quero no peito. Você dormiu e eu cresci no nosso leito, Você mentiu e eu quero um mundo perfeito.