Espera, minha linda, Na curva da entremanhã. Espera ainda que a lua Se declare minha irmã E te ponha a correr com O sol nas ventas. Espera por mim, Tem dó, me agüenta. Eu sou a fruta madura Que nasce de ti. Eu sou a pura não pura Apura o doce de ti. Este verde maduro, Este sol intermundial. Sou um claro no escuro, Uma pedra no quintal. Espera, meu anjo, Que'u vou me chegar, Apareço de banjo e canto Uma cantiga de ninar. Teus olhos, então, feito as portas do mundo Me abrirão. Teu sorriso me sorve, Teu amor me dissolve, Eu nasço em qualquer estação. Basta o trem parar que me devolvo. Espera, vou madurar na palma da tua mão. Eu sou a fruta madura Que nasce de ti. Eu sou a pura não pura, Apura o doce de ti. Teu sorriso me sorve, Teu amor me dissolve, Eu nasço em qualquer estação. Basta o trem parar que me devolvo. Espera, vou madurar na palma da tua mão.