Meu poncho por sobre o arreio, Tempo feio que encordoa, Enquanto golpeio um vinho Num domingo de garoa... Imagem frente ao bolicho A silueta campechana Meu poncho goteando água Que chora a tarde pampeana! Em tropas quando na estrada Me vou empurrando o gado, Por sobre a anca do pingo Que estampa o poncho emalado! E num ranchito quinchado Na volta de um corredor, Chego ao tranquito, emponchado Direito aos braços da flor Trago este poncho pátria pampa Que é a estampa do fronteiro Índio campeiro que se apeia Em frente ao rancho Ajeita o poncho sobre o ombro E vai tranqueando prá florzita do rincão! Trago este poncho alma encarnada Topador das madrugadas Quando o pago em lua clara Alumbra o campo Como um manto de geada, na invernada, Vou taureando neste chão!