Surge pachola uma milonga encordoada Na parceria do violão quando se entoa Mesclando versos com a rima de querência Num fim de tarde, no início de garoa Às vez'se perde no andar das minhas estradas E pede abrigo na copa da coromilha Traz mansidão pelas rédeas em floreios Como se fosse um bom gateado pra encilha Vou desprendendo a solidão que me habita Ouvindo a chuva contra o zinco do galpão Mas a milonga percorrendo minhas distâncias Segue de tiro no cabresto do violão (Ah, milonga Que um sonho traz de regalo Dedilhando um violão Com o Sul no coração Eu canto as coisas do pago) Ainda há pouco ouvia Noel em pulperias Me encontrando missioneiro em seu cantar Tanta poesia aflorando em cada nota Talvez por isso que me gusta milonguear Pelas janelas de vidraças embaçadas Vou trespassando o meu pago ao cantá-lo E a chuva fina, num ponteio campo afora, Vai milongueando um tranco manso de cavalo Vou desprendendo a solidão que me habita Ouvindo a chuva contra o zinco do galpão Mas a milonga percorrendo minhas distâncias Segue de tiro no cabresto do violão (Ah, milonga Que um sonho traz de regalo Dedilhando um violão Com o Sul no coração Eu canto as coisas do pago) (Ah, milonga Que um sonho traz de regalo Dedilhando um violão Com o Sul no coração Eu canto as coisas do pago)