Eu quero voltar para o meu sertão Não aguento não a grande cidade Dentro deste monstro de cimento armado Vivo preocupado e sem liberdade Quero estar aí na tranqüilidade Na felicidade do meu rancho amado O meu coração de lá ele é nato Quer viver no mato pra estar sossegado Quero bem cedinho como era outrora Já sair pra fora ir ao curral Quero ver as gotas de orvalho e seu brilho Pôr no cocho o milho para os animais O gostoso ar puro das manhãzinhas Ver a avezinha já cedo voar Quero no horizonte ver o Sol nascer Sertão aquecer com seu lindo brilhar Quero estar de novo igual quando menino Ir tocar o sino da capelinha Quero ouvir de novo a juriti cantar Arapuca armar para pegar rolinha Ouvir o canário gorjear na paineira O cheiro da poeira quando passa o gado Quero ir de novo no meu cavalinho Andar nos caminhos velhos do cerrado Quero a noitinha ao escurecer Começar a ver um belo luar A roda de amigos, minha vizinhança A gostosa dança de novo dançar A bela menina do seu rosto lindo Sereno caindo e seu jeito leal Quero estar pra sempre com aquele povo E não mais de novo de lá me mudar