Ficam marcas do tempo Riscando o chão da poesia Quando Deus poeta escreve O verso de cada dia Entre o campo e o céu Com asas de liberdade Pastam cavalos do tempo Sob um olhar de saudade Só os cavalos do tempo Galopam na escuridão E com suas patas de vento Desenham mapas no chão Quando os cavalos do tempo Levam encilhas da razão A vida é doce num trote De rédea firme na mão A tarde, quando se entrega Ao brilho das três-marias Resguarda brasas sementes Nos versos do outro dia Com as rédeas soltas na mão Não existe destino manso E nos cavalos da lembrança A luz do tempo não alcanço