Nos olhos dois guabijús do piazito povoeiro Brilhavam mais que o luzeiro nas noites claras do pampa Um palco pleno de luz derramava cantoria Cada canto uma poesia, cada poesia uma estampa Nascia um novo gaúcho naquele olhinho inocência Que escutava com paciência cada tema apresentado E no seu coraçãozinho de menino da cidade Nasceu aquela vontade de cantar e andar pilchado Meu pai me compre uma gaita destas cheias de botão Um chapéu, bota e bombacha e um lenço de qualquer cor Alguns livros de poesia de puro regionalismo Pra que eu cante o nativismo em todo o lugar que for Hoje o piá se fez homem com uma nova consciência Bebeu em sua existência léguas e legas de chão Ouvindo temas nativos aprendeu muito de história E até poesias simplórias escreveu com emoção Uma geração inteira tem o piá como exemplo O rio grande como templo na tradição seu altar E os pias que estão nascendo quando ficarem taludos Sem descuidar dos estudos continuarão a cantar