Pés descalços, poças d’águas Mundo falso, tanta magoa; menino vai, menino vai Quando te vejo menino na escuridão tu zumbraste Pergunto e pergunto onde andam nossos pais Os que afagam teus cabelos não olham teus olhos tristes E depois que colheram os frutos esquecem que tu existe País de primeiro mundo joga fora o que não come Enquanto nos rancho pobres a infância morre de fome Nicarágua fome e matança uma imagem que envergonha Armas em mãos de criança sem direito de crescer O dever chama mais cedo E os adultos a rebelos precisam sobreviver Vi menino da Etiópia esquelético e febril Muito pouco diferente dos meninos do Brasil Pensamentos que me assaltam se meu filho terá vez Ou ira pagar com sangue uma conta que não E os soldadinhos de chumbo, sem pão, sem rumo e sem norte Só tem a voz do cantor a gritar por sua sorte