Seu libório era um mulato Valente barbaridade Proprietário de bailanta No meio de um descampado Tinha duas lamparinas E pau no meio fincado E uma placa que dizia Não pode entrar desarmado Libório vendia cana E também era mestre sala Tirava pelo gogote Que provocasse arruaça Tinha espalhado no corpo Uns trinta furos de bala Se a noite não tinha briga O baile não tinha graça E era aquele falatório Depois de cada escarcéu No salão do seu libório Que mais parece um mundéu As vezes quem paga entrada Paga passagem pro céu! Atravessado na cinta Libório usava um nagão Daqueles mata-cachorro De desnucar pelo lombo Do outro lado um marca touro Sempre no alcance da mão Se entrasse em briga de tapa Cada mãozada era um rombo O salão ficou famoso E com o tempo virou lenda Tinha até m a funerária No salão do seu libório Se houvesse morte no baile Já fazia a encomenda E a mesma gente do baile Já ficava pro velório