Quem sou eu Que persegue a tarde enrubescida Quem desperta a flor adormecida Entre o silvido da flauta dos juncais Quem sou eu Que moldou-se ao veio das lonjuras Afluente das aguadas puras Seiva maduro que habita os ervatais Guarani Sou a própria natureza santa Sou o grito que vem da garganta Clamando amores aos homens de consciências Guarani Sou poeira, rastro e sentimento Sou pulsar da vida em movimento Lunar e terra, tempo e reminiscência Guarani Sou ternura que provem dos ninhos Sou luzeiro que se fez caminho Semente bugra, onde brotou querência Cantem cantores em nome da minha raça Cantem poetas, payadores em nome do meu povo E que se calem os medíocres e os infames Quando anunciarem o meu nome