Léo Pinheiro

Capim de Ribanceira

Léo Pinheiro


É meia noite e eu na beira da estrada
A lua cheia minguada e de repente apareceu
Um cavaleiro com bota e chapéu de couro
Me lembrando um velho mouro
Lá fiquemo ele mais eu
Cruzou os pés, apiou do seu cavalo
Dexou a rédea no talo de uma roseira sem flor
Diz que seguia pelo mundo solitário
E quebrava todo galho
Arrasando toda dor

Quem não ouviu falar
Quem não quis conhecer
Aquele cavaleiro que vive pela fronteira
Divulgando a reza brava do capim de ribanceira
Aquele cavaleiro que vive pela fronteira
Divulgando a reza brava do capim de ribanceira

Enquanto o bule de café bulia a brasa da fogueira
Refletia o seu olhar, eu pude ver
Que ele sabia coisa até do outro mundo
E nesse instante eu fui aluno do seu estranho poder
Com sete ponta de uma rama trepadera
E um ramo de avitera
O meu corpo ele tocô
E de repente me bateu uma zonzera
E duma tosse cuspidera o velhinho me livrô

Quem não ouviu falar
Quem não quis conhecer
Aquele cavaleiro que vive pela fronteira
Divulgando a reza brava do capim de ribanceira
Aquele cavaleiro que vive pela fronteira
Divulgando a reza brava do capim de ribanceira