Léo  Martins

Sentimentos Distopicos

Léo Martins


Mundo apocalíptico já se passaram anos
E nem enterraram ainda os mortos
Todos que tinham algo de valor deixaram uma herança maldita
Sentimentos distópicos
Um novo tópico do irreal

Determinação em tirar todos os monstros das jaulas
Olhando um circo de horrores
Subtração de horizontes sem arco-íris
Pois ainda não choveu

A realidade todos querem se agarrar em alguém
Se tornam prisioneiros sentimentais
A pior dependência é depender do outro pra ter a felicidade
Vejo uma estrada e ruas em ruínas
Faculdade mental sem professor

Idade média era um sonho na escola
Todos lembram da peste-negra
Mas todos se esquecem do arranha-céu do momento
Neste momento obstinado em andar descalças num chão frio

Pois não existem mais sola nos sapatos
Sem tempo ou espaço pra perder mais sonhos
De tanto andar por aí procurando caminhos para uma fonte
A maior fonte está na força do poder

Viver anos num relacionamento
E não conseguir olhar um na cara do outro depois
Na bandeira preta esteada está o aviso perigo
Poucos colocam a bandeira branca da paz

Nas mãos está uma aliança corrompida
Nos olhos está o semblante da mentira
Paradoxo de um cientista que descobriu a imortalidade
A verdade que ninguém quer morrer

Sentimentos distópicos
Ter alguém só pra dizer que tem e no final não tratar ela bem
Você conhece a pessoa quando acaba o relacionamento
Vejo trovões queimando o mundo

Vejo leões devorando tudo
Na sobrevivência apenas os mais fortes ficam vivos
Não adianta lutar de arco e flecha contra um fuzil
Nenhuma guerra foi vencida no diálogo

Pessoas que dizem amar te respeitar até que a morte nos separe
Na primeira oportunidade matam todas promessas
Num mundo onde o Sol não aparece
Onde se tem gelo e frio

Não há como se dar amor pra quem não cumpre as promessas
Não há nada pra plantar nada pra colher
Nada pra mostrar nada pra sobreviver
Mente vontade e emoção

Ninguém abre as portas esperando um ladrão
Pode ser que nos roubam o que é mais valioso que está dentro de nós
Um coração partido demora pra curar
Mesmo neste mundo sem esperança

Mesmo numa distopia
Sempre esperamos dias melhores
Atualização da tecnologia deixou o mundo doente
As pessoas não conversam mais umas com as outras

Não existem felicidades virtuais
Não existe esperança na terra que está presa no mal
Sentimentos distópicos
O tópico agora é sobre como tudo isso termina

Cidades incendiadas território abandonado
Assim estão as pessoas
Que colocam tudo a perder por alguns minutos de prazer
Prazeres momentâneos nunca vão trazer paz de espírito

O maior legado que um homem pode deixar
São suas memórias não corrompidas
Não tem como formatar tudo ao nosso gosto
Livremente hoje posso escrever sobre o fim
Amanhã posso nem estar mais aqui