Cabeça abstrata Como a praga que vaga e varre a noite A foice me chama e em seguida me clama Com sede, parada, calada Me entrega tudo e eu não vejo nada Mais nada a dizer, nada ao que morrer Então, se eu morrer não chore não Se eu viver não dê risada Pois é só poesia Cabeça equilátera Que me acalma acalma, acalma, mas onde? Caboclo sem cama Pandora, pindorama Às 13 no páteo do colégio Me lavo a ponto de ser sacrilégio A ponte-estadia me terá, logo, um dia Mas não, se eu correr não caio não Se eu correr, corri, mais nada Pois é só correria