Quem nasceu com o encargo de cantar seu universo Cada vez que monta o verso agradece ao criador Se o cantador for campeiro por vivência ou sentimento Se emociona com o vento, dos flecos de um tirador Abre a cancela do peito retemperando a garganta Porque o seu canto alimenta a alma de quem não canta Cantando sempre seu pago por sentimento ou vivência Seus versos cheiro de campo, vão perfumando a querência Pode apartar versos xucros de tropas e gineteadas Entreveros, carreiradas ou nas lidas de fazenda Pataquadas, pacholeios ou coisas de fundamento Não esquecendo os momentos das juras de amor a prenda Vai assim reculutando versos de todos os pelos Algum manso pra sinuelo outro que se fez alçado Um repontando matambre outro caindo de magro Mas o final do encargo deixa seu campo lotado