Nego que veio do Congo, no tempo do eixo No tempo da escravidão Nego que veio amarrado que veio arrastado Arrastado sem compaixão Nego que foi pra senzala, que foi pra fazenda Que foi plantar algodão Nego levou chibatada amarrado no tronco E não teve perdão E negro sofreu com resignação Sofreu, pensando na redenção Fazia promessa, rezava pra são Benedito Na sua oração implorava a são Expedito Fazia despacho pra xangô Fazia despacho pra ogum Pra iemanjá e pra mãe oxum Para que os brancos tivessem coração E decretassem a abolição A abolição da escravidão Os orixás atenderam ao pedido do negro E veio o treze de maio engalanado Mas nego véio de carapinha branca Ainda hoje, lembra o seu triste passado