Lisboa tem o ar feliz de uma varina E o vai e vem de uma canção em cada esquina Pelos mercados fresca e gaiata Faz zaragata, perde a tonta cabecita Aqui e ali namora e ri e sem vaidade Veste de chita, canta o fado e tem saudade Lisboa é sempre Lisboa Dos becos e das vielas E das casinhas singelas D’Alfama e da Madragoa Dos namorados nas janelas Das marchas que o povo entoa Da velha Sé, das procissões, e da fé Com seu pregões Lisboa é sempre Lisboa Pela manhã, vai trabalhar toda garrida De tarde ao chá, Lisboa ri cheia de vida Mas à noitinha, olhos rasgados Semi-cerrados na oração mais bizarra Lisboa então só coração d’alma elevada Presa à guitarra, canta até de madrugada