Guardei o brilho e o tamborim Na avenida, pressa As águas caem fim do mês Varrem janelas, passos É meio ano Portões fechados, os olhos não Eu crio enredo e me distraio A rua acesa, o coração chovendo ideias E a mente, para-raio Se haverá ou não um amanhã Quem sabe? Insiste o lume bicolor em cada poste, porta Termina e nasce outra vez A mesma voz pergunta o que eu fiz No fim do ano Portões fechados, presentes não Contando histórias me distraio A casa acesa, o coração chove lembrança E a mente, para-raio Se haverá ou não um amanhã Quem sabe?