Quase me desesperei Quase me entreguei Quando vi o miserável sendo massacrado Humilhado, excluído, escorraçado Abandonado injustiçado isso é pecado Nossas referências todos se foram Morreram enforcados nas cordas de um violão Dizendo poesias na escuridão De noite ou de dia na escuridão Nossas crianças de barriga grande Barriga de verme, às vezes gestantes Mendigam assalto na esquina Perigosos pavorosos Vergonha da nação Mas quem será o verdadeiro ladrão Mas quem será o verdadeiro ladrão O miserável pobre de fome Homem sem nome ou o sultão, ou barão Quando eu olhava pro excluído e sentia pena Quando já havia pecado e não cumpria pena Quando eu me perguntava se valia a pena Tua palavra me mostrou uma nova cena Pois a vereda do justo É como a luz da aurora Vai brilhando, vai brilhando Até ser dia perfeito A vereda do justo É como a luz da aurora Vai brilhando, vai brilhando Até ser dia perfeito Quem é que pode dizer Que não se pode viver E que não se pode ter Bem mais que possa ter Que possa ter o que tem Não deve nada a ninguém Então que tenha o que tem Não deve nada a perder E tenha tudo o que tem Não deve nada e ninguém E diga ao que não tem Que corra atrás pra ter Mas vai que o que não tem Resolva mesmo correr E corra atrás de você Atrás do que não tem Você me diz rapaz O quê que tem demais Isso tem nada a ver Ter cada vez mais Mas se tem muito Vai deixar alguém pra trás Então que todos tenham iguais E quem vive só pra ter E esqueceu de também ser De ser alguém pra alguém Que não tem nada e ninguém Que se esqueceu de esquecer Que se esqueceu de comer Que se esqueceu, deu Que se esqueceu seu de você Mas a memória virar E o tempo vai chegar E ele vai voltar Para cobrar seus vinténs E vai chegar como um trem Que não ver nada e ninguém Que passa por cima de quem Tiver de passar Pois a vereda do justo É como a luz da aurora Vai brilhando, vai brilhando Até ser dia perfeito A vereda do justo É como a luz da aurora Vai brilhando, vai brilhando Até ser dia perfeito Nossos projetos interrompidos Por homens sem olhos e sem ouvidos Bandidos, bandidos, bandidos Muitos bandidos, ó Pai tenha dó Dessa gente que ainda sonha e nunca desiste Dessa gente sofredora que ainda insiste Desse povo que o estado não assiste Só assiste triste Então alguém me perguntou onde está teu Deus Quê que Ele está fazendo que não pode ver Tanta injustiça tanta maldade A covardia a crueldade Será que rir quando o pequenino chora Senti prazer quando um pai se apavora Fica feliz se a alegria vai embora Permite a guerra, afinal tá do lado de fora Despreza o sofrimento humano Então quais são seus planos A dúvida saltou minha mente Quase enlouqueci quase me desviei Foi quando lembrei da tua palavra Pois a vereda do justo É como a luz da aurora Vai brilhando, vai brilhando Até ser dia perfeito A vereda do justo É como a luz da aurora Vai brilhando, vai brilhando Até ser dia perfeito De que Ele não está do lado de fora De que ele chora quando a gente chora Que elaborou um plano pra me mostrar E se vestiu de homem pra me mostrar Que é possível amar Que é possível dar E se doar E se entregar Que esse amor está dentro de mim Que vale pena ser justo até o fim E que um dia Ele vai cobrar Com juro e correção Pode esperar Mas pra quem tem sede de justiça E sabe que é amor Ele é Senhor E vai voltar para reinar E todo olho verá E como as águas cobrem o mar O conhecimento da sua glória Há de encher toda terra E julgará com equidade, com retidão A balança em suas mãos Pra condenar o transgressor Para mostrar que é Senhor Pois a vereda do justo É como a luz da aurora Vai brilhando, vai brilhando Até ser dia perfeito A vereda do justo É como a luz da aurora Vai brilhando, vai brilhando Até ser dia perfeito