De quel Orient nous parle-t-elle ? La jolie dame aux souvenirs Quand elle raconte sa jeunesse Sur le vieux port d'Alexandrie Elle était une jeune fille sage Tandis que ses amies dansaient À chaque bal, sur chaque plage Où toutes ensemble elles se rendaient Et les photos défilent Sur le coin de la table Je la surprends fragile Déverser quelques larmes Elle se souvient de tout Les parfums, les couleurs Le temps n'a rien dissout Juste là dans son cœur Elle me dit les détails L'insouciance comme un fruit Qui poussait en bataille Sur le sol du pays Et soudain le silence La déchirure immense L'exil De quel Orient nous parle-t-elle Quand elle évoque ses grossesses ? Quatre bambins providentiels Élevés presque à l'aveuglette Ses yeux bleu-vert n'ont pas encore Quitté l'Égypte de sa vie C'est à jamais là-bas que dort La paix dont elle se nourrit Et les photos défilent Sur le coin de la table Je la surprends fragile Déverser quelques larmes Elle se souvient de tout Les parfums, les couleurs Le temps n'a rien dissout Juste là dans son cœur Elle me dit les détails L'insouciance comme un fruit Qui poussait en bataille Sur le sol du pays Et soudain le silence La déchirure immense L'exil De quel Orient nous parle-t-elle ? La jolie dame aux souvenirs Qui a dû pardonner au ciel De la forcer à reconstruire Loin sur un autre continent Les rituels qu'on met des années À adopter, oui, mais pourtant Ce fut le prix de sa liberté Les photos ont vieilli Le noir et blanc s'épuise Mais son air oriental Est demeuré intact Je la regarde si belle Petite et mystérieuse Elle est la mère de ma mère Elle est mon enfance heureuse Son accent comme un cri Témoigne au temps qui passe Qu'aucun de ses vestiges Ne quittera son âme Sa nostalgie m'enseigne Qu'il n'est pas une frontière L'exil De qual Oriente ela está falando? Essa bela senhora das lembranças Quando nos conta sobre sua juventude No antigo porto de Alexandria Ela era uma jovenzinha prudente Enquanto suas amigas dançavam Por todos os bailes, todas as festas Onde elas sempre se encontravam E as fotos são viradas No cantinho da mesa Eu vejo ela, tão frágil Derramando algumas lágrimas Ela se lembra de tudo Dos perfumes, das cores O tempo não apagou nada Estão ali no seu coração Ela me conta os detalhes Despreocupada como uma fruta Que cresceu em meio à batalha No solo do país E, de repente, o silêncio E a imensa ruptura O exílio De qual Oriente ela está falando Quando menciona suas gestações? Quatro crianças abençoadas Criadas quase às cegas Seus olhos azuis-esverdeados ainda não Deixaram o Egito da sua vida É lá que está dormindo para sempre Essa paz da qual ela se alimenta E as fotos são viradas No cantinho da mesa Eu vejo ela, tão frágil Derramando algumas lágrimas Ela se lembra de tudo Dos perfumes, das cores O tempo não apagou nada Estão ali no seu coração Ela me conta os detalhes Despreocupada como uma fruta Que cresceu em meio à batalha No solo do país E, de repente, o silêncio E a imensa ruptura O exílio De qual Oriente ela está falando? Essa bela senhora das lembranças Quem teve que perdoar o céu Por ter lhe obrigado a reconstruir Bem longe, em outro continente Os rituais que levam anos Para serem aceitos, sim, mas mesmo assim Esse foi o preço da sua liberdade E as fotos envelheceram O preto e o branco estão se desgastando Mas seu ar oriental Permaneceu intacto Eu vejo ela, tão bela Pequena e misteriosa Ela é a mãe da minha mãe Ela é minha infância feliz Seu sotaque é como um grito Uma testemunha da passagem do tempo Que nenhum de seus vestígios Jamais vai deixar sua alma Sua nostalgia me ensina Que não há fronteira Para o exílio