Hei vocês que financiam as guerras. Por acaso já ficaram no meio de um fogo cruzado Onde as bombas explodem e jogam corpos por todo lado Já olhou nos olhos de um soldado enterrando um amigo Cuja carta leva ao peito, pois a mesma são milhares. Quantas mães receberam com sangue, tais cartas. Numa caixinha bem bonita, com medalhas e bandeiras. E num papel que comunica a perda de um soldado Que morreu no campo de batalha cumprindo seu dever Como se a vida de um jovem e a lembrança de um filho Se resumisse naquilo, uma caixinha bem bonita. E um pedido de desculpas, sem olhar nos olhos das vitimas. Hei vocês que financiam as guerras. Por acaso já beberam o sangue dos inocentes Qual é o gosto, que gosto tem. Como um beber deformado E uma mulher violentada, o marido humilhado. E o filho leva o trauma Pois desde cedo lhe apresentam a dor Criancinhas brincando de esconde-esconde com os seus pais Hei vocês que acreditam na guerra. A guerra não é nada, alem de um jogo. De tiranos mal amados, lunáticos fanáticos. Que querem entrar para historia Hei vocês que querem entrar para historia. A guerra é contra a historia E a memória é contra danos Hei vocês qual é o prazer. Não haverá historia Não haverá memória