Noturna névoa que me seca a alma e que me carrega pelas madrugadas e me dissolve em ligeiras revoluções e me convence com noturnas intenções. Noturna névoa que me ama e que me mata, que tira sua roupa como pele falsa e me comove com teatros e balões e me consome em contidas doses de mim. Enquanto isso, há um circo na cidade e uma brutal sinceridade enche as ruas de tristeza. Enquanto isso, há um oráculo na esquina e o carnaval na avenida enche as vidas de saudades. Noturna névoa que se deita ao meu lado e que se deleita com meu sangue e com meu catarro. Noturna névoa que me vence aos poucos e que comemora exibindos os meus pedaços.