Meu vicio é solitário como uma trincheira Onde eu morro dia-a-dia numa doce armadilha É algo santo uma guerrilha Uma luta do mal contra o mal Em que todos perdem no final É traçar planos e carreiras Que se desfazem no ar É o pó das estrelas o ouro dos tolos Uma viajem sem escala direto pra lua É fugir sem ter pra onde ir É te deixar de lado Como num filme quase um drama Uma comedia nada romântica Sem legendas pra estupidez Meu vicio é um labirinto de ilusões Como um país em plena revolução É como vender a alma ao diabo por migalhas de pão Saber que o inimigo é o cara do espelho E que o amor tá soterrado na lama das escolhas É um pedido de paz com bala na agulha Uma grito de guerra contra a vida É saber para ser viver por viver E na verdade a realidade não passa na tv E os heróis do passado agora velhos tão banais São desculpas pra um vicio a mais Mais um jogo uma briga de torcidas É se afogar num copo d'água É deixar de herança um punhado de mágoa Meu vicio é dormir sem ter que acordar Quase uma mensagem subliminar É o medo da vida é vênuz vestida É o desejo a origem da tragédia Um grito de socorro Meu vicio é amanhecer sem você É a vaidade de te querer