Com o pé na porta Porém mantendo o respeito Fazendo o que a gente gosta E sabe fazer bem feito Rap é a melhor forma d'eu esvaziar o peito Com a sagacidade e o ritmo atropela o preconceito É desse jeito O lugar dos imperfeitos Planeta terra chamando E quem não atende são os eleitos Qual é a maior gangue criminosa sem suspeitos? Presidente, governador, deputados e prefeitos Eu acordei, só mais um dia E olhei janela afora O mesmo tio de ontem dormindo na rua até agora Senhoras Convidando pra igreja universal Pessoas indo trabalhar vestindo o seu traje formal Eu tô legal Talvez a margem da sociedade, um marginal Não me conformo com a realidade da rotina Viver pra trabalhar até morrer Ver o meu filho crescer Só pro ciclo retroceder Vai segurando comparsa Quem se destaca em meio a massa, é só desgraça E tua batata assa Vingança eu faço quente E de maneira contundente, descrente, convicto E aí de quem entenda meu estagio lírico Empírico e rico pira Salve saci curupira Só mentira e quem a diga que o salvador dos céus virá Ah, mas como eu posso acreditar Se o cheiro de maldade ainda rola pelo ar? Então pare e repare Aceite que o tempo que passa não volta Se passa revolta E diz de tempos em tempos tu volta Com o pé na porta E toma de assalto o refugio Tendencia de trágico, lúdico, magico e sádico Eu surto Surdo pré divagações Procuro olhar em todas as direções Eu foco no alvo e toco corações Por meio de vozes que vem de visões Ilusões Que fazem da vida real Eu me portar feito um animal Mal levanto da cama No peito inflama O drama a ideia central E não desvie a atenção que pode ser crucial Se minhas palavras vem com foco e alma imortal E te inspira o devaneio de que é tudo igual E transforma a ficção em algo natural E a cena se repete de quadro em quadro E os nervo a flor da pele revela o fato De que somos mesmo demônios desde o primeiro sopro E que a culpa é mesmo minha até que eu caia morto Até que prove o contrário transcrito Inverso do que havia dito Do dito pelo não dito O chumbo cruzado trocando de lado La via mudando os caminhos Outrora De nada se vale O que fala da boca pra fora Eu bebo da fonte a verdade revelo O segredo que existe em pandora Dia após dia reflito o futuro e escolho viver no agora Nos ombros o peso do mundo Sustento seguro de que venha aurora E quantas vezes fracassei Outras caí e levantei O que estava escrito no livro da vida eu apaguei E vou vivendo Feito um louco naufrago do tempo Se não sente o mal que habita a atmosfera Eu só lamento Sente o drama Da aguá mais pura que bebeu se fez a lama Sinta a combustão no meu olhar resta uma chama E nada há de deluzir o estado laico Monta e desmonta a humanidade esse mosaico Peças da engrenagem desse sistema arcaico Disse que disseram que omitisse Eu não me calo Nós jamais vamos nos calar neguim Pé na porta Não desbaratina Vindo dos confíns da vida Eu te apresento Isso é la via