Os parentes de Zé petro vieram visitar o meu bairro Que é também o bairro daquele menino cheio de motivação Em dias úteis de trabalho, faz das manhãs uma plateia Os parentes de Zé petro vieram visitar o meu bairro Que é também o bairro daquele menino cheio de motivação Em dias úteis de trabalho, faz das manhãs uma plateia Onde o lápis e o caderno são o farnel para animá-la Faz-se acompanhar com uma lata na mão E uma bata meio branca, meio castanha a brilhar Porque aqui faz muito pó tornam-se os cabelos ruivos Os putos são assanhados quando pegam nalgum livro Principalmente o Patrick, amigo de Gerito O primeiro é enteado e o segundo é filho querido Mas na minha comunidade os miúdos são muito parecidos Todos com roupa amarrotada, e sonhos reprimidos Por adultos embriagados que torcem pela morte Porque não há como alimentar as ilusões dos filhotes Quanto mais as próprias? A pobreza é muito óbvia É coisa muito chata para quem encontram-se em insónia Patrick, tem o pai convalescido pelo homem da elite Lá verás a mãe que chora quando assola a gripe E tosse que frequenta a cada tecto do meu beco De certo, há muita coisa por remover E muita saúde por implorar à bendita gestão Bendita na televisão e maldita no coração Tem-se as vidas dispersas, come-se de qualquer lado Mas todo movimento de wis do guetto é controlado É assim no bairro da Tânia que nega ser ela O Patrick nunca quis tudo apenas parcela Do tipo de vida que leva os cães de raça nas mansões Ele é dos meus e havemos de fortalecer os travões E transformar o ferro em madeira contra infâmia Porque os parentes de Ze petro chamaram-nos de lama De lama, lama, lama, aah Bem-vindos ao lixo nem é preciso perfumarem as vestes Sempre que optarem vir cá, seja qual for o interesse Apresento-vos o Padjó, um menino lúcido As vezes para de raciocinar pra tornar-se estúpido Mas ele é um bom rapaz obedece a qualquer um Puto Padjó quando acata uma missão vai até ao fim Vai até ao fundo da situação que esteja eminente Facilitou-me na última vez que tive um biscato de grande vencimento Celebrou um pacto com o álcool desde cedo Pré-adolescente, wi do guetto a 100% É um mecânico, católico, ah, um acólito É do grupo coral, corista mais eufórico Padjó não tem culpa da penúria Mas quando tentou aproximar-se do Zé petro Deram-lhe de lodo, deram-lhe pó Vai lavar a cara Que a tua laia tem lama no rosto