Do lado de lá Mora um bicho Do lado de cá Um capricho A fera que eu vi Morreu triste A fera que em mim Resiste Acua meu lado menino (a fera) Matura meu chão de verdade (espera) Devora a parte que sobra (a fera) A porta entre aberta e a saudade (espera) Matura meu lado menino (a fera) Acua minha não seriedade (espera) Me come e mastiga meu tempo (a fera) A porta fechou a vontade (espera) Espreita no nó da garganta A um passo de minha distância Mirada cerrada de instinto Caçando o que aqui ainda sinto Espera o tempo direito Pra vir com força e vontade E quer num ataque certeiro Matar minhas futilidades Sou fera, a espera, inquieta a espreita Sou fera, a espera, inquieta a espreita Nasce e renasce o rebento Na falta de um só firmamento Consumo um pedaço de fome Com pão, suor e teu nome Sou fera, a espera, inquieta a espreita Sou fera, a espera, inquieta a espreita