Não quero que ninguém me louve no Louvre Eu quero a palavra que leve pra lá do louvor Pra lá da vala comum da palavra vã Palavra que cai feito mão na luva Que valora a fala E cala fundo na alma de quem não cala Não a palavra diva Sim a divina e viva Não a palavra dúvida Sim a palavra ativa Pra lá da vala comum da palavra vã Não a palavra velada que uma nuvem leva Mas a palavra errada que desfaz a névoa Quero a costura da raiva Ela meio estrela e treva Não a palavra cova Sim a lasciva e nova Quero a palavra ávida Quero a palavra trova Quero a palavra ogiva que mostra a gengiva Quero a palavra nave Pra lá da vala comum da palavra vã