Os seus olhos enormes Olhos de fome, sempre famintos de ver Uns olhos insones Que nunca dormem Sempre querendo dizer Olhos d'água, janelas d'alma Olhos de águia, cravos da índia Glóbulos paralelos Pupilas tagarelas Contam maravilhas Movem caravelas Vão por todos os mares Todos os nomes, os que nem posso dizer Outros olhares não ficam imunes Diante do que se vê Olhos de faca Duas adagas Ferem e afagam Tristezas de fado São como olhos de vidro São como lentes de aumento Pra enxergar o que é visível por dentro Olhos indivíduos, cada qual seu movimento Pra enxugar se umedecidos ao vento