Decidi que de agora em diante Só guardo a tristeza na estante Sob a forma De fantasmas de papel Do fel de qualquer amargura Quero extrair a tintura Tão verde quanto à esperança Aprendi o mais doce brinquedo: Que a vida sopra o segredo Nas folhas que o vento balança E as folhas inventam o caminho Girando o redemoinho Tal como na taça o vinho Giram os casais na dança E a dança lança sementes Que seguem no ar transparente E encontra o solo mais quente No coração da criança Que abre as janelas de casa E diz, balançando as asas, Que o nosso vizinho da frente É bem mais azul do que a gente pensava É bem mais azul... Decidi que de agora em diante Só guardo a tristeza na estante Sob a forma de fantasmas de papel