Um famoso benzedor do triângulo mineiro tinha uma rixa danada com um rico fazendeiro o ricaço abusava "tenho pena, tenho dó quem pratica a mandinga sempre vive na pior" falava "não tenho medo, de macumba e nem feitiço essas coisas pegam em pobre, mas nunca pega no rico." Uma doença esquisita derrubou sua boiada gastou todo o seu dinheiro e a doença não curava a esposa muito aflita, pro fazendeiro falou "jogue fora o seu orgulho, que de nada adiantou isso é macumba da brava, vamos pôr o pé na estrada antes de ficar sem nada, vamos lá pro benzedor. O benzedor já sabia o que estava acontecendo falava hoje recebo o que estão me devendo logo bateram na porta, o fazendeiro falou "vá benzer minha fazenda, eu lhe peço por favor" "a fazenda não tem nada, nem as vacas e bezerros o mal tá na sua esposa, vou benzer ela primeiro". Entraram num quarto escuro, iluminado à luz de vela benzedor pediu licença, foi tirando a roupa dela "a senhora me desculpe, não é falta de respeito o mal fica até na roupa, precisa ser desse jeito" vendo aquele corpo lindo à sua disposição deu início ao trabalho, começou a benzeção. "Passo a mão no pé, pra curar o boi tomé passo a mão na canela, pra curar a vaca amarela passo a mão na coxa, pra curar a vaca roxa passo a mão na verilha, que é pra curar as novilhas" o fazendeiro atrás da porta, foi gritando de repente "pode parar por aí, seu benzedor indecente a vaca preta e o boi zebú, não põe a mão que não tá doente."